Explosivo na medida certa, o longa com direção de Sam Hargrave é pedida empolgante para quem ama tiro, porrada e bomba.
Resgate traz um Chris Hemsworth bem diferente do hilário Thor. Ao contrário do deus mitológico, aqui não tem risadinha. A substituição se dá com sequências eletrizantes de tiros e excelentes coreografias de luta.
*Atenção: a partir daqui a conversa tem spoilers*
A trama se dá com o mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) sendo contratado por um chefe do tráfico indiano para resgatar o filho dele, que foi raptado por um rival. Só que o mafioso está completamente falido, sem um tostão no bolso para pagar nem uma coxinha na prisão, e aí ele e o capanga Saju, ex-fuzileiro, resolvem que é uma excelente ideia contratar o Tyler para fazer o serviço e matar ele no meio do caminho para recuperar o moleque.
Claro que ninguém contava com alguns fatores:
- O outro mafioso comandava toda a polícia corrupta da cidade de Daca, possuindo, assim, um verdadeiro exército.
- Ainda que tenha treinamento militar, o Saju (capanga do Ovi pai) não consegue deter o Tyler, então em um determinado momento ou eles se juntam, ou morre geral – o epicentro desse bromance acontece quando Tyler atropela Saju com um caminhão.
- O traficante local tem muita influência e muito dinheiro, mas assim, muito dinheiro MESMO.
- O Tyler é muito determinado e gostou do moleque, viu um pouco do próprio filho nele.
Tá feita aí a receita de um monte de explosões, muitos e muitos tiros e umas cenas de luta em que é difícil acompanhar tudo o que acontece – exceto os cortes irônicos estratégicos.
O outro mote do filme é, claro, as castas indianas. Enquanto temos o filho de um traficante sendo raptado e com exigências de resgate a preço de ouro, o paralelo é um jovem aliciado pelo traficante local ganhando uma arma e o “respeito” do chefe, indo para cima do soldado treinado e, óbvio, apanhando. Mas a crítica está ali, a falta de oportunidade e a diferença de classes bem evidentes, com uma crítica sutil – no meio de tantas granadas e sangue, fica difícil dar atenção para o que realmente importa, não é mesmo?
Bom, agora vamos ao que realmente importa: se você está achando que vai ver o tanquinho e os músculos do Thor Chris Tyler, pode desencanar, o foco aqui não é o apelo de corpos torneados salvando o planeta, mas sim um cara soturno, caladão e debochado, sendo praticamente um John Wick Sem Glamour.
É um filme bem entretenimento de explosão, um filme de ação bem feitinho, com algumas sequências bem interessantes, além de uma clara abertura para um próximo filme, com um “epílogo” bem montadinho, pra deixar você, caro espectador, com aquela cara de Q?
Finalizando, o diretor mandou muito bem com o movimento das câmeras, que em muitos momentos acompanha os passos dos personagens, o que faz com que você se sinta em um jogo FPS muito bem feito, só que com mais sangue.
Resgate está disponível na Netflix.
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