A última vez que escrevi aqui foi em 2022. De lá pra cá, tudo aconteceu.
Eu tive um filho e meu pai morreu. Em dois anos muita coisa acontece. Quase três anos, na verdade, porque o último post foi em junho de 2022 e estamos em novembro de 2024.
Continuo escrevendo no meu diário, o que mencionei no meu último post. Continuo tentando diminuir meu tempo online e ainda tento soar interessante enquanto escrevo e digo que estou exausta.
A maternidade me fez muito bem, confesso que me encontrei sendo mãe de um menino esperto e carinhoso, só sorrisos e simpatia.
Meu pai se foi, em agosto, mês do desgosto, o mês em que também foi minha mãe há 17 anos. Meu pai tinha demência e assisti sua saúde se deteriorando nos últimos anos. Passei o dia dos pais com ele, mal sabendo que seria a última vez que o veria vivo. Inventei uma história de pescaria e ele apertou minha mão. Contei que meu filho já sabe quem é o vovô e vi uma lágrima descer. Depois, ausência. E assim, alguns dias depois, ele se foi.
Minha tia favorita também não está entre nós. Ela era meu porto seguro para contar qualquer coisa livre de julgamento e me adotou como “filha” quando a minha mãe faleceu. Ela tinha uma risada frouxa, mas era brava, cozinhava muito bem e me ensinou tanto sobre a vida…
É muito difícil colocar dois anos e batata em perspectiva, mas foi mais ou menos tudo isso que aconteceu de mais marcante.
Na segunda-feira minha melhor amiga vem aqui pra casa. Eu não a vejo há cinco anos e quero passar o dia grudada com ela, mesmo que eu precise arrumar uma desculpa para não ir trabalhar ou que eu vá somente meio período. É muito assunto pra colocar em dia, muita fofoca pela metade e um outro tanto de coisas que só se fala ao vivo.
Aconteceu de tudo. Vai acontecer de tudo.
Fiquei doente e me recuperei mais vezes do que poderia contar.
Aprendi que a gente não controla absolutamente nada na vida.
Entendi que o mais importante é viver por e pelas pessoas que a gente ama.
Estou de volta.
Imagem: foto de Aron Visuals na Unsplash
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