Gosto de começar bem o dia, com café da manhã farto. Sempre tem overnight oats, misto quente ou pão na chapa com ovo frito de gema mole. E um café bem forte ou chá preto. É a refeição para acordar mesmo. Eu fico feliz de já ter incorporado esse hábito de parar e fazer a refeição com calma de manhã, ainda que eu continue com o celular na mão.
O outro hábito que raramente pulo é o de lavar o rosto e passar protetor solar de manhã – o skincare básico. Gosto da sensação de tirar o ácido que uso a noite e passar a vitamina C. O protetor solar que eu tenho usado é um da Cetaphil 70fps e esse eu não curti, descasca e deixa a pele oleosa, mas agora já paguei caro e vou usar até o final. Percebi que usar os produtos diariamente faz com que eles milagrosamente acabem, não precisa ter dó de usar, é pra acabar mesmo, assim abre a oportunidade de usar um novo. Pois é. O mesmo se repete antes de dormir. Lava o rosto, água micelar, hidratante, ácido. Funciona, só tem que fazer todos os dias e parar de ficar espremendo todo cravinho e espinhazinha que aparece na cara ao longo do dia.
Resolvi começar a controlar a água que bebo também e parar de vez em quando para esticar as pernas. Preciso cuidar da minha saúde porque os últimos 6 meses foram intensos demais. Um procedimento cirúrgico, hormônios completamente descontrolados e a pandemia acabaram com minha saúde física e mental – pra completar, começaram a aparecer hematomas enormes em qualquer batidinha, testes e mais testes… Ufa, não é câncer, não é lupus, mas não ninguém sabe o que é. Aí o mundo acabou (de novo) e resolvi esperar. Esse estado de suspensão da vida é o que mais me incomoda. Os planos no papel, as viagens que quero fazer, os exames que preciso fazer, os abraços que quero dar e as pessoas que preciso ver, tudo no “depois” – da pandemia, da queda do dólar, da vacina, dependendo do país não implodir ainda mais. É o cerceamento da liberdade numa prisão de privilégios.
Então vou fazer o que posso, o que dá. Eu não controlo minhas emoções, mas posso controlar como lido com elas. Posso controlar o que eu como ou deixo de comer, o exercício que eu faço em casa, as horas de trabalho e o foco, o skincare, o café da manhã, a quantidade de café que eu tomo, as horas que fico no celular. A falsa sensação de que está tudo sob controle porque posso controlar algumas coisas é reconfortante, afinal.
Assim começa mais uma semana, a 56ª em casa.
Photo by Nathan Dumlao on Unsplash
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